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O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Roberto Barroso, declarou em entrevista à CNN que “o valor de um tribunal não pode ser aferido em pesquisa de opinião”. A fala se deu depois de divulgação de pesquisa Datafolha que concluiu que a reprovação do Supremo chegou a 38%.
Na entrevista, Barroso afirmou que a missão do tribunal é interpretar a Constituição, e que esse caminho, com frequência, desagrada “grupos poderosos”.
“Sejam grupos econômicos, seja o governo, sejam ambientalistas, sejam agricultores ou sejam indígenas. O arranjo constitucional brasileiro faz com que cheguem ao judiciário as questões mais divisivas da sociedade brasileira. E nós precisamos decidi-las”, explica o presidente do Supremo.
“São questões que dividem a sociedade, são questões em relação as quais existem desacordos morais razoáveis”, diz.
Dados do Datafolha divulgados no último sábado (9) indicaram que a rejeição do STF cresceu de 31% para 38% desde o ano passado, enquanto a aprovação diminuiu de 31% para 27%.
Barroso diz que, tendo em vista a quantidade de casos debatidos no STF, a rejeição é “até modesta” e que não o preocupa. “O tribunal precisa fazer a coisa certa”, pontua o presidente do STF.
“O judiciário só age quando é provocado, e ele é provocado quando é enfrentada a Constituição”, conclui Barroso.
Barroso disse ainda que não se preocupa com o índice de reprovação, “no sentido de que esse não pode ser o critério pelo qual vai se averiguar o valor de um tribunal. Um tribunal precisa fazer a coisa certa”.
De acordo com o ministro, um dos papéis do judiciário é proteger minorias. “Quando você protege minorias, você frequentemente desagrada as maiorias”. O representante da Suprema Corte também falou que “cumprir com a constituição significa desagradar algum grupo econômico” e que ele não se impressiona com o dado. “Boa parte desses 38% decorrem da incompreensão. Se as pessoas entendessem, acho que teríamos uns 90% de aprovação”.
CNN Brasil

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