
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (13) que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a Controladoria-Geral da União (CGU), a Polícia Federal (PF) e o Tribunal de Contas da União (TCU) prestem esclarecimentos sobre suspeitas de fraudes e abusos envolvendo descontos indevidos em aposentadorias e pensões.
A medida foi tomada no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1224, apresentada pelo Instituto Nacional de Direito das Pessoas com Deficiência Oceano Azul, que acusa o INSS de permitir fraudes em massa e faltar com transparência ao não informar adequadamente os segurados sobre os descontos aplicados.
INSS deverá responder a 19 questionamentos
André Mendonça determinou que o INSS forneça respostas detalhadas a 19 itens, incluindo:
O número total de pedidos de cancelamento de descontos em benefícios desde 24 de abril;
A existência de um canal específico e acessível para contestação desses descontos;
Quais associações, sindicatos ou bancos estão autorizados a realizar descontos diretamente nos benefícios dos segurados;
Medidas adotadas para evitar fraudes, abusos e cobranças não autorizadas.
CGU, TCU e Polícia Federal também devem se manifestarPróximos passosAlém do INSS, o ministro também cobrou informações da CGU e do TCU, solicitando:
Cópias de auditorias, investigações ou alertas emitidos ao INSS sobre as irregularidades;
Detalhes sobre eventuais sanções administrativas ou recomendações de melhoria nos processos.
À Polícia Federal, Mendonça pediu a relação de inquéritos em andamento que investigam fraudes nos benefícios previdenciários, incluindo quais sindicatos, bancos ou entidades privadas são alvos das apurações.
O que motivou a ação
A ADPF 1224 foi motivada por uma série de denúncias de descontos indevidos que vêm afetando aposentados e pensionistas em todo o país. As queixas mais comuns envolvem:
Cobranças por serviços não contratados, muitas vezes associadas a entidades desconhecidas;
Descontos automáticos em folha sem autorização formal;
Falta de transparência nos extratos dos beneficiários;
Dificuldade de cancelamento das cobranças.
Segundo o Instituto Oceano Azul, a situação é ainda mais grave entre pessoas com deficiência e idosos, que frequentemente não têm meios de se defender das cobranças indevidas.
Os órgãos notificados terão um prazo determinado pelo STF para apresentar suas manifestações. A expectativa é que, com base nas respostas, o ministro André Mendonça possa avaliar a necessidade de medidas cautelares ou de correção imediata dos procedimentos adotados pelo INSS.
A ação reforça o clima de pressão sobre o sistema previdenciário e deve impulsionar discussões no Congresso sobre fiscalização e transparência na concessão e manutenção dos benefícios.
A crise no INSS também é alvo de requerimento de CPI na Câmara dos Deputados, liderada pelo deputado Nikolas Ferreira, e acompanha um crescente número de denúncias já sob investigação da Polícia Federal.
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