O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino criticou, nesta sexta-feira (8), a postura de representantes diplomáticos norte-americanos que, segundo ele, estariam “monitorando” e enviando alertas a magistrados brasileiros. Para Dino, tal conduta fere “princípios elementares das relações entre Estados” e afronta a soberania nacional.
“Respeito à soberania, moderação, bom senso e boa educação são requisitos fundamentais na diplomacia”, escreveu o ministro em suas redes sociais. Ele também defendeu o fortalecimento do diálogo e a manutenção de relações amistosas com países que possuem histórico de cooperação com o Brasil nas áreas comercial, cultural e institucional.
A manifestação ocorreu após a embaixada dos Estados Unidos no Brasil divulgar, no dia 6, um comunicado com críticas ao ministro Alexandre de Moraes e advertências a membros do Judiciário que apoiam suas decisões. A mensagem, compartilhada pelo diplomata Darren Beattie, afirmava que o governo Trump estaria “acompanhando de perto” as ações do STF.
Beattie acusou Moraes de perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, classificando-o como “responsável por violações de direitos humanos”. O diplomata ainda destacou que o magistrado foi incluído pelo ex-presidente norte-americano na lista de sanções da Lei Magnitsky, que prevê punições a autoridades estrangeiras acusadas de abusos ou corrupção.
A repercussão levou o Itamaraty a convocar Gabriel Escobar, encarregado de negócios da embaixada americana, para esclarecer as publicações feitas pelo Departamento de Estado e pela própria embaixada.
Em novas manifestações, os Estados Unidos reiteraram críticas às decisões de Moraes e sinalizaram que as sanções podem ser ampliadas para atingir outros aliados do ministro.
Postar um comentário