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A recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, promete ser um dos embates políticos mais acirrados das próximas semanas no Senado Federal. O líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), declarou publicamente que votará contra a permanência de Gonet no cargo — uma guinada significativa em relação a 2023, quando havia apoiado a sua nomeação inicial.
Segundo Marinho, as ações e decisões do procurador-geral ao longo de seu mandato não corresponderam às expectativas de imparcialidade e equilíbrio que justificaram seu voto anterior. Essa ruptura deixa clara a tensão política em torno da recondução e abre espaço para uma disputa voto a voto no plenário.
“Eu votei em Gonet em 2023 acreditando que ele atuaria com isenção. Mas suas decisões nesses dois anos mostram outra postura”, afirmou Marinho a jornalistas.

Sabatina marcada e clima tenso no Senado
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, confirmou que a mensagem de recondução enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva será lida nos próximos dias, e a sabatina de Gonet está marcada para 12 de novembro. Após a sessão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a votação será realizada no plenário ainda no mesmo dia.
Para garantir sua recondução, Paulo Gonet precisará obter pelo menos 41 dos 81 votos. A margem apertada aumenta a pressão política sobre governistas e opositores. Parlamentares avaliam que o governo terá de negociar intensamente para consolidar apoio.

Gonet e os casos que dividiram o Senado
Ao longo de seu mandato, Gonet teve papel central em investigações de grande impacto, incluindo a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, além de manifestações sobre os atos de 8 de janeiro e temas sensíveis envolvendo autoridades políticas.
Sua atuação gerou reações opostas: enquanto governistas o veem como figura técnica e alinhada à legalidade, setores da oposição consideram sua postura excessivamente complacente com decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), o que alimenta resistências.

Votação será termômetro político
Mais do que um processo de recondução, a votação no Senado se transformou em um teste de força entre governo e oposição.
A postura de Rogério Marinho pode incentivar outros senadores da oposição a votarem contra Gonet, forçando o governo a intensificar sua articulação. Nos bastidores, lideranças governistas admitem que não será uma vitória fácil.

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