A política brasileira ganhou um novo capítulo explosivo nesta terça-feira (21), com o voto do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela reabertura das investigações contra Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL). O caso envolve suspeitas de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, no contexto dos atos golpistas investigados após a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro.
A decisão foi tomada no âmbito do julgamento do chamado “núcleo 4” da suposta trama golpista. Moraes baseou seu voto em novos elementos surgidos a partir da condenação de Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, ligado à empresa Voto Legal, responsável por um relatório considerado “bizarro” pelo próprio ministro. O documento contestava a integridade das urnas eletrônicas — peça central na tentativa do PL de questionar a legitimidade das eleições de 2022.
Por que a Voto Legal está no centro do caso
A empresa foi contratada pelo PL para auditar o processo eleitoral. O relatório entregue ao TSE levantou suspeitas infundadas sobre falhas nas urnas eletrônicas e serviu como base para que Valdemar e aliados políticos pressionassem por uma recontagem e desacreditassem o resultado oficial.
Com a condenação de Rocha em dois crimes, Moraes determinou que trechos da decisão e o acervo probatório sejam remetidos para análise da eventual participação direta de Valdemar Costa Neto — o que reabre oficialmente a porta para novas investigações.
Base legal da reabertura
Com base no artigo 18 do Código Penal, é possível reabrir investigações sempre que novas provas ou fatos surgirem. Moraes destacou que, pela gravidade do caso e sua conexão com a estabilidade institucional, não seria admissível ignorar os novos elementos.
“Nenhum ato que atente contra a ordem democrática deve ficar sem apuração completa”, afirmou Moraes durante seu voto.
Impacto político
A reabertura das investigações atinge diretamente o comando do PL, maior partido do Congresso e base política central da oposição. Valdemar Costa Neto, um dos articuladores mais experientes de Brasília, pode ter sua liderança interna enfraquecida caso a investigação avance para denúncia formal.
Nos bastidores, parlamentares avaliam que a decisão de Moraes aumenta a pressão sobre o PL e pode impactar as costuras políticas para 2026. Uma eventual condenação de Valdemar também levantaria dúvidas sobre a estabilidade partidária no próximo ciclo eleitoral.
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